sábado, 23 de março de 2013

Clichês Efêmeros.

...Noite Fria, por volta de uma meia madrugada, garoa fria tomara conta das ruas já desertas, devido ao horário, adentrei-me ao PennyBaker, pub de renome na pacata cidade onde poderosos costumam varrer a madrugada com seus jogos em silencio nas suas altas apostas, por hora, dirigi-me ao bar e com um leve sinal, contemplei ao garçom uma boa e velha dose de um Whisky de maior idade.
  - Talvez possa me ajudar, Procuro uma dama - indaguei ao já cansado servo que aos bêbados servia.
  - Todos procuramos - respondeu o senhor de meia idade.
  - Esta é especial, conhece? - mostro-lhe a foto.
  Sem delongas, respondeu - Conhecer? estou vendo-a neste exato momento. - mirando seus olhos escuros à porta principal.
...Degustando de uma segunda dose, movimento o corpo quente ao lado oposto do palco, almejando a porta principal e avistando-a, boquiaberto.
Ela portara um vestido preto longo, ombros a vista deixando transparecer a exuberância de sua pele levemente morena e sedosa, seus pés Exibiam um par de Aldo´s, por volta de doze centímetros dando a mesma um leve toque de altura extra. Ainda sem movimentos, como se o tempo tivesse parado alguns instantes, lá estava eu contemplando sua beleza, vendo o leve balanço de seus cabelos e, com tal movimento, ela dirigia-se ao bar desejando uma dose do meu velho amigo de maior idade.
...Mirei meus olhos nos seus e sem deixar a ansiedade tomar conta deste corpo cansado, tornei a degustar de minhas doses quentes das quais eu já desprendia-me de minha gabardine cor de couro sobrepondo-a em cima do balcão. Aquele momento começamos uma tímida conversa onde o mundo poderia acabar e eu continuaria a contemplar o movimento daquele belo par de lábios de onde saiam palavras doces e uma leve fragrância de Whisky. Meu cérebro pensava em apenas uma coisa, onde ela esteve por toda a minha vida. Lá fora o vento assoviava por dentre as vielas e souvenires. O Tempo voara, o velho relógio com marca de conhaque pregado na parede marcara mais de cinco horas, a pintura dos carros encostados na quinta avenida brilhava devido a umidade que por cima pairava. Em meio a despedidas, abri a porta do carro para ela que, na plena solidão, saiu dirigindo um sedan escuro com meus olhos acompanhado-a até virar na próxima esquina, enrolei-me na gabardine protegendo-me da leve neblina, já aquecido pelo calor que em meu coração continha, levando sangue para o cérebro, cujo tal fazia questão de lembrar das poucas palavras que ali dentro trocamos, andei pelas ruas até chegar em meu humilde apartamento, adentrei e adormeci pensando naqueles lindos olhos castanhos e apreciando o perfume dela que levemente ficou em minha roupa. 

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